quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Jovens do Projeto Juventude e Gênero no Campo

Como parte integrante da delegação maranhense, jovens do Projeto Juventude e Gênero no Campo, dos municípios de Açailândia, Esperantinópolis e Vargem Grande, também marcharam por políticas públicas para as mulheres do campo, da cidade e da floresta. Para maioria destes estudantes, está foi à primeira experiência em uma ação de massa. Elizeu Silva, do povoado Riacho do Mel em Vargem Grande, disse que esta foi uma experiência única. “Saiu daqui de Brasília, com um sentimento de gratidão, primeiro por fazer parte deste Projeto, desenvolvido pela FETAEMA, em parceria com a PETROBRÁS, pois sem ele, eu não estaria aqui hoje, e em segundo, por hoje está fazendo a história aqui em Brasília, na defesa dos direitos das mulheres do nosso país.

A Marcha das Margaridas já ocorreu em outras três edições, nos anos de 2000, 2003 e 2007, e conta com diversas conquistas em sua trajetória como a criação do Programa Nacional de Documentação da Mulher Trabalhadora Rural (PNDMTR); criação do Pronaf Mulher; criação do crédito para mulheres assentadas; manutenção da aposentadoria para mulheres aos 55 anos; criação e funcionamento do Fórum Nacional de Elaboração de Políticas para o Enfrentamento à

Violência contra as Mulheres do Campo e da Floresta; entre outros.
Banco de Imagens da Marcha das Margaridas

terça-feira, 17 de maio de 2011

Projeto Juventude e Gênero



Oficina de Capacitação Projeto Juventude e Gênero







Lançamento Projeto Juventude e Gênero


TRAJETÓRIA DA JUVENTUDE NO MSTTR



*Érika Galindo
Assessora da Sec. de Jovens da CONTAG

            É importante estarmos dialogando um pouco sobre qual o espaço e o papel da Juventude Rural dentro do MSTTR. Historicamente os (as) jovens do campo tiveram uma participação nas frentes de luta desse movimento de forma mais tímida, onde se contava com a presença massiva das gerações de nossos pais, avós, e o(a) jovem acompanhava a luta pela terra ( que foi a primeira grande bandeira de luta do MSTTR) .
             È também verdade que a organização sindical não se preocupava para buscar os/as jovens para uma participação mais ativa, num sentido mais organizado. No entanto o MSTTR foi crescendo, nossas demandas aumentando a tal ponto que se fez necessário buscar a juventude para estar na linha de frente destas bandeiras de lutas, a luta pela terra, pelo crédito, educação, saúde, entre outras.
A participação da juventude nas ações do movimento sindical de trabalhadores (as) rurais vem desde o início da luta sindical, mas é no 8º congresso que o MSTTR delibera a criação das Comissões e Coordenações da Comissão de Jovens em todas as três instâncias do movimento sindical, na intenção de consolidar ações estratégicas que fortaleçam a participação política e organização sindical dos/as jovens do campo. Neste momento são constituídas a Coordenação e Comissão Nacional de Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da CONTAG (no 10º Congresso a Coordenação de Jovens passa a ser denominada por Secretaria, consolidando sua legitimidade no âmbito da estrutura nacional do MSTTR).
Visando o empoderamento da juventude, a Comissão Nacional de Jovens Trabalhadores (as) Rurais da CONTAG elaborou um “Plano Político de Ação” para o período de gestão 2001 a 2005. Este plano baseou-se na ampliação de debates estaduais para motivar a constituição de Comissões e Coordenações de Jovens a nível estadual e municipal. Resultado deste processo, bem como da atuação qualificada e sistemática da juventude rural na base, é que hoje estão constituídas 26 Coordenações e 20 Comissões Estaduais de Jovens Trabalhadores/as Rurais nas FETAGs, e várias instâncias organizativas equivalentes nos sindicatos.
Por meio do “Plano Político de Ação” realizou-se também: reuniões nacionais periódicas da Comissão Nacional de Jovens, cursos sobre sindicalismo rural e articulações institucionais a nível nacional e internacional de fortalecimento da ação da juventude rural (à exemplo do Encontro Mundial de Agricultores na África – Camarões, Encontro de Jovens Agricultores na Espanha, Fórum Social Mundial em Porto Alegre-RS, Congresso Mundial de Jovens Agricultores em Paris-França e Festival Mundial da Juventude em Barcelona – Espanha). Coroando este processo, foi realizado no ano de 2003, o concurso nacional para a seleção da logomarca da CNJTTR, que envolveu todos os estados brasileiros, para a definição de uma marca que representasse a identidade nacional dos/as jovens do campo.
Cada vez mais se consolida a participação da juventude nas ações de massa (GTB e Marcha das Margaridas, etc), nos conselhos deliberativos, assembléias, reuniões, encontros e congressos estaduais e nacional do MSTTR,  e nas instâncias públicas de controle social das políticas públicas. Nestes espaços a juventude vem reafirmando as bandeiras políticas estratégicas dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais, como também defendendo suas demandas específicas, favor de melhores condições de vida e produção para permanecer no meio rural. Apesar do forte empoderamento da juventude, ainda são grandes as dificuldades de inserção e participação desse segmento nas instâncias do MSTTR.
A realização, entre os anos de 2001 e 2002, do Projeto CONTAG/UNICEF de Pesquisa sobre Adolescência e Juventude Rural, permitiu o levantamento de dados sobre o perfil da juventude rural brasileira, seus contextos e perspectivas. Com este material, assegurou maior contundência entre as ações da Comissão de Jovens da CONTAG e os desejos dos/as jovens rurais. Pode-se perceber diferentes identidades que marcam a juventude do campo, elemento que demanda políticas diferenciadas, coerentes com essa diversidade.
Em 2003, centenas de jovens rurais participaram de um amplo processo formativo, desenvolvido a partir de 10 seminários regionais, orientado pelo tema Juventude Rural Protagonista do Desenvolvimento Local Sustentável. Esta ação coordenada pela CONTAG, com o apoio da GTZ (Agência de Cooperação Técnica do Governo da Alemanha), permitiu o desenvolvimento de um intenso debate político em torno das questões da Reforma Agrária, Agricultura Familiar, Assalariamento Rural, Agroecologia, Meio Ambiente, Organização da Produção e Saúde Reprodutiva, DST, AIDS e Violência no campo. Este processo culminou na realização do "Salão Nacional da Juventude Rural", realizado em outubro de 2003 (Brasília – DF), caracterizado como um momento de denúncia do restrito acesso aos direitos sociais, vividos pela juventude do campo e de proposição política para a superação dos problemas que historicamente afligem a juventude rural brasileira.
Em 2004 a Comissão Nacional de Jovens Trabalhadores (as) Rurais da CONTAG criou o “Programa Jovem Saber” com o objetivo de ampliar as oportunidades de formação entre jovens rurais brasileiros. Fortemente relacionado as questões da juventude, desenvolvimento rural sustentável e solidário e da participação política o programa é constituído por aproximadamente 30 mil jovens, dos 26 estados brasileiros e Distrito Federal, organizados em grupos de estudos espalhados por todo país. Baseado no estado em grupo e na participação em atividades formativas estaduais e nacionais, os jovens são estimulados a refletir e transformar a realidade local. O programa está dividido em 6 módulos que tratam dos temas: 1) Desenvolvimento Rural Sustentável e Cidadania; 2) Juventude, Reforma agrária e Agricultura Familiar; 3) Juventude e Organização da produção; 4) Organização e Gestão Sindical; 5) Educação do Campo e metodologia de Trabalho em Grupo; 6) Juventude: Saúde, Direitos Sexuais e Reprodutivos.
Na intenção de promover relações sindicais mais democráticas e a maior participação juvenil na vida sindical, o 9º Congresso Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (2005) aprovou o estabelecimento da cota de participação, de no mínimo 20% de jovens nas instâncias deliberativas do MSTTR. Esta foi uma importante conquista da juventude rural, que fortaleceu reflexões políticas sobre relações mais justas e democráticas no âmbito do MSTTR, em consonância com a iniciativa das mulheres trabalhadoras rurais, que protagonizaram o debate da participação e das cotas no mundo sindical.
Entre 2005 e 2008, a CONTAG coordenou um amplo processo de formação política e capacitação profissional de jovens rurais, através do Consórcio Social da Juventude Rural – Rita Quadros. Este programa, foi fruto de intensa negociação com o Ministério do Trabalho, na intenção de promover ações formativas específicas com jovens do campo, não contemplados inicialmente pelo programa. O Consórcio capacitou mais de 4 mil jovens das 5 regiões do país, e produziu novas experiências formativas que vem sendo assumidas pelas FETAGs e sindicatos.
Foram realizadas duas edições do Festival Nacional da Juventude Rural, a primeira delas em 2007 e a segunda em 2010. Os Festivais foram antecedidos por ações estaduais e municipais, que trataram de temas relativos ao cotidiano da juventude rural. Estes espaços, seja nacional, estaduais ou municipais, valorizaram as dimensões da formação política, negociação junto aos governos e estímulo a produção cultural da juventude do campo, trazendo também para a agenda a necessidade de assegurar espaços de esporte e lazer no meio rural. O Festival vem se consolidando enquanto ação de massa estratégica do MSTTR e assegurando maior visibilidade as demandas juvenis.
Inquestionavelmente, a organização da juventude rural tem influenciado a agenda política dos governos federal e estaduais, por conta da ação propositiva, da negociação política e do controle social exercido pela pelos/as jovens do MSTTR. A juventude rural, vem afirmando a necessidade de produzir políticas específicas para este segmento, que respeitem a identidade rural e que dialoguem com a consolidação do desenvolvimento sustentável e solidário. Mesmo diante de importantes conquistas, como o PRONAF-JOVEM, Nossa Primeira Terra e o PROJOVEM Campo e trabalhador, estas políticas ainda expressam profundo limites, além disso, entendemos que é preciso avançar na garantia dos direitos sociais, não nos limitando a programas específicos. É indispensável permanecermos na luta, qualificando nossa intervenção política!!!
A juventude rural do MSTTR vem fortalecendo sua atuação nos espaços, nacionais e internacionais, de debate e monitoramento das políticas públicas, a exemplo do Conselho Nacional de Juventude e GT Juventude Rural do CONDRAF (Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável) e Reunião Especializada da Agricultura Familiar do MERCOSUL. Além disso, vem integrando redes internacionais com organizações parceiras, para fortalecer o diálogo e a pauta política da juventude do campo, especialmente no âmbito da COPROFAM e Activistas pela Américas.
Neste sentido, a trajetória política da juventude rural no MSTTR vem afirmando o papel estratégico deste segmento para a construção de um sindicalismo forte, democrático e de luta, compreendendo que esta missão só tem sentido a partir da atuação qualificada em torno da defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, que afirma um modelo de desenvolvimento nacional sem desigualdades.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

PROJETO JUVENTUDE E GÊNERO NO CAMPO


Em Maio de 2010 a FETAEMA através de suas Coordenações de Jovens e Mulheres apresentou a Petrobras o Projeto “Juventude e Gênero no Campo” que concorreu com mais de cinco mil projetos de todo o país. Sendo este selecionado em outubro e firmado contrato em janeiro de 2011.

O Projeto Juventude e Gênero no Campo tem como objetivo promover ações de formação política e capacitação, que assegurem a permanência da juventude no ambiente rural  por  meio da criação de oportunidades que promovam a geração  de renda, o fortalecimento da cidadania e melhoria da qualidade de vida.

O projeto atenderá 160 jovens dos municípios de Vargem Grande, Esperantinópolis, Pinheiro e Açailândia, no período de 24 meses.

O Projeto “Juventude e Gênero no Campo”
tem como público alvo Jovens de 19 a 32 anos –homens e mulheres –trabalhadores e trabalhadoras rurais que vivem da terra, que possuem experiências de produção baseada na agricultura familiar, precisando potencializar sua produção, a fim de gerar renda e inseri-la no mercado consumidor.

Após a seleção de 160 jovens- homens e mulheres- de quatro municípios do Estado (Pinheiro; Vargem Grande; Esperantinópolis e Açailândia), serão formados quatro núcleos de trabalho do Projeto “Juventude e Gênero no Campo”. Cada núcleo será formado por turmas de 40 jovens rurais, que passarão pela mesma Formação Política e Cidadã, bem como, pelos mesmos Cursos de Capacitação Técnica, que serão desenvolvidos ao longo do período de dois anos.